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Preços do arroz perdem as referências com disparada no mercado interno

por | abr 8, 2020 | Destaque, Notícias | 0 Comentários

O desafio é projetar um teto e saber até quando vai esse momento de alta

Qualquer valor que se fale em negociações pela saca de arroz de 50 quilos, em casca, entre R$ 50,00 e R$ 60,00 pode ser verdadeiro ou falso no mercado de arroz do Rio Grande do Sul no atual momento. Isso porque o mercado perdeu completamente suas referências e sobe a galope, conforme a necessidade do comprador e do vendedor. O salto de demanda, com a antecipação das compras pelo atacado e o varejo e o consumidor se abastecendo estrategicamente frente à pandemia do Covid-19, fez girar mais rapidamente os estoques das indústrias e dos supermercados, ampliou a demanda e impôs uma dinâmica completamente atípica em pleno pico de colheita.

Hoje, os preços são definidos conforme a necessidade da indústria, mas também em cima da condição da capacidade e do interesse do agricultor. Liquidação de CPR´s e venda do arroz depositado, com prazo de sete dias, têm alcançado de R$ 54,00 a R$ 55,00, e chega a valores superiores no produto livre na Zona Sul, dependendo também das características do grão. Há negócios do arroz depositado no Porto de Rio Grande a R$ 60,00, mas incluindo taxas e frete. Em geral as tradings buscam a referência de R$ 57,00 a R$ 58,00 por saca, mas nessa base a oferta é mais limitada, segundo importante corretora da região.

Já os corretores da Fronteira Oeste reportam negócios de variedades mais ofertadas na faixa de R$ 52,00 a R$ 53,00 livre, mas preços que podem chegar a R$ 55,00 e R$ 57,00 por variedades nobres como o Irga 417, Puitá Inta CL, BRS Pampeira e BR Irga 409.

Ainda com cerca de um terço da safra pra colher, os produtores do Rio Grande do Sul estão demonstrando grande esforço para segurar a oferta e colocar no mercado apenas o necessário ou sob condições de preços muito favoráveis. As médias produtivas são altas, acima de 8 mil quilos por hectare, mas a tendência é de que caiam drasticamente na medida em que maior área é colhida. Depois de boa parte dos arrozeiros acumularem prejuízos, a ordem é buscar rentabilidade para equilibrar ao menos parcialmente as contas. Quem trabalha com a administração de lucros e colheu bem, vive um momento excepcional.

As grandes perguntas do momento são duas: até onde vai essa alta de preços e até quando? São respostas que apenas o mercado poderá dar. São fatores de alta a manutenção da demanda, em especial se o Brasil começar a fechar bons contratos de exportação e importar pouco. O problema é que a expectativa é de que a demanda, em algum momento, alcance seu teto. Historicamente o Brasil reduz o consumo percapita do arroz. Se os preços internos continuarem subindo, chegarão a um limite de paridade, tanto para exportar quanto para importar (ou seja, ficaria mais difícil exportar e mais fácil importar). E este pode ser o teto de preços do ano.

Atualmente as cotações bateram um recorde segundo o Indicador de Preços do Arroz em Casca no Rio Grande do Sul Esalq-Senar/RS, em R$ 53,36 nesta terça-feira, sete de abril, para a saca de 50 quilos (58×10). É equivalente a US$ 10,23. Nos sete primeiros dias de abril o mercado teve valorização de 2,77%, três vezes mais veloz que a alta de 4,83% acumulada em março. Nota-se, também, uma forte demanda por quebrados de arroz.

A virada de mês marca uma movimentação mais intensa no varejo, com as compras semanais ou mensais sendo realizadas. Esse movimento deve ir até pelo menos o próximo sábado. O que se notou neste início de mês é que os preços do varejo mantiveram uma trajetória de alta, que em São Paulo gerou denúncia da Associação Paulista de Supermercados (APAS) ao Escritório de Defesa do Consumidor (Procon) por reajustes de até 40% no pacote de arroz. Muitas donas de casa relatam que o quilo do grão pulou de R$ 2,00 a R$ 2,50 para até mais de R$ 4,00. A Abiarroz emitiu nota informando que acompanha o movimento de alta, que justifica pela evolução da demanda e retração da oferta da matéria-prima, e reafirmando que seus associados atuam com ética.

INTERNACIONAL

O mercado internacional segue marcando alta nas cotações de arroz com os grandes fornecedores da Ásia bastante retraídos, limitando a oferta, os Estados Unidos com os estoques já comprometidos e sem volume para negociar e o Mercosul aguardando que a partir de abril estoure o seu melhor momento de vender. Há produto, falta os clientes chegarem ao preço. Em contrapartida, os grandes países importadores elevaram seus pedidos, em especial na África, Oriente Médio e na América Central.

As dificuldades de logística também estão implicando na alta dos preços. A Tailândia, segunda maior exportadora mundial, que teve grandes dificuldades de exportar em 2019 por causa da valorização da sua moeda, o Bath, frente ao dólar, registra alta de 17,4% nas cotações, de US$ 507 para US$ 595 entre 11 de março e 8 de abril, ou 88 dólares por tonelada do seu grão referencial, o Thai White Rice 100% Grade B.

A Bolsa de Chicago indicava, hoje à tarde, preço de US$ 14,21 por quintal curto (cwt) do arroz longo fino dos Estados Unidos em 20 de maio. O cwt corresponde a 42,35 quilos. Em 50 quilos, equivaleria a US$ 16,77. No entanto, isso não quer dizer que o arroz em casca no Brasil alcance esse patamar de R$ 86,57 – pela cotação de R$ 5,22 = US$ 1,00 desta terça-feira, dia 7 de abril – pois enquanto o Brasil está colhendo sua safra, os Estados Unidos estão recém plantando a sua, depois de uma quebra de 15% e de uma colheita com excesso de grãos quebrados por problemas climáticos. Além do mais, 40% da produção estadunidense é de grãos curtos e médios, para o mercado asiático ou étnico.

O USDA prevê um aumento de 18% na área plantada nos EUA. Alguns estados já estão plantando, mas com previsão de atraso por causa das chuvas que têm ocorrido nas regiões de produção. E com o país tendo grandes problemas com o Coronavírus, há muitas indefinições sobre a dimensão da safra. São realidades muito distintas, que não dá para comparar. Mas, a boa notícia disso tudo é que essa dificuldade de oferta, pode beneficiar as exportações do Brasil e do Mercosul para a América Central e a América do Sul.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 53,00 para a saca de arroz em casca de 50 quilos, 58×10, no Rio Grande do Sul. O saco de 60 quilos do arroz branco, Tipo 1, alcança R$ 125,00 sem ICMS/FOB. Também indica preços muito mais atrativos na atual semana para os quebrados. O canjicão valorizou 5%, por saca de 60 quilos, para R$ 84,00 de média, enquanto a quirera passou para R$ 71,00. Já o farelo de arroz, por tonelada FOB, alcançou R$ 580,00 de média no estado.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços aos consumidores seguiram em alta esta semana, seja pelo gradativo repasse dos preços da matéria-prima e do transporte ou pela pressão de demanda. O primeiro teste de fogo deste mercado será a partir da próxima semana. Uma segunda onda de impacto do consumo é esperada a partir da liberação do auxílio social do governo federal, estimado em R$ 600,00. O preço médio ao consumidor ficou muito próximo de R$ 20,00 para o pacote de 5 quilos, do arroz branco, Tipo 1, com mínimos próximos dos R$ 14,00, o dobro de algumas promoções que se via no ano passado. Na semana que passou o IBGE divulgou o resultado da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) indicando que o consumo nacional de arroz caiu de 49,5 quilos per capita em 2002/03 para 36,5 quilos em 2008/09 e para 17,6 kg/habitante ano em 2017/18. A pesquisa analisa apenas o consumo no domicílio, mas ratifica a tendência de queda no consumo do grão no Brasil que já é apontada pelos diversos segmentos do setor orizícola.

TENDÊNCIAS

A tendência para os próximos dias é de mercado firme, com a matéria-prima em alta, diante desse choque de consumo que ainda reflete ao longo da cadeia produtiva. Mesmo com a colheita na reta final, a demanda da indústria e a facilidade de repassar os custos ao varejo, o que é não é comum, dão fôlego para a elevação. Mesmo subindo também em dólar nos últimos dias, as cotações brasileiras ainda estão abaixo da média do mercado mundial, o que começa a gerar oportunidades futuras para exportação. Fonte: ANÁLISE DE MERCADO DO ARROZ – por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz.

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