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Capivari do Sul, 28/03/2024
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O que explica mais uma disparada nos preços do arroz?

por | jul 27, 2020 | Destaque, Notícias | 0 Comentários

Brasil é um dos raros fornecedores globais em que o cereal, mesmo com safra abundante, segue com as cotações em alta e já se torna um dos mais caros do mundo, segundo agentes de negócios

Naquela que deve ser a temporada mais atípica registrada nas últimas décadas, os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul – e por reflexo também no Brasil, já que o estado representa 70% da produção nacional – seguem uma trajetória de alta quase comparável à da crise global de 2008. As cotações alcançam patamares históricos no mercado interno e já estão entre os mais altos do mercado internacional. 

Mesmo com a moeda brasileira bastante desvalorizada em relação ao dólar norte-americano, cotado a R$ 5,21 nesta quinta-feira, 22 de julho, a tonelada de arroz branco gaúcho no mercado internacional está acima de US$ 570,00 (US$ 520,00 + frete), o que derruba a competitividade nacional. 

Enquanto isso, os concorrentes do Mercosul – e a referência de vendas para setembro dos EUA – operam 25 a 30 dólares abaixo disso, e os asiáticos praticam valores de US$ 450,00 a US$ 482,00 na Tailândia (com alta na semana atual pela frustração de safra e valorização da moeda local), US$ 377,00 a US$ 382,00 na Índia (estável) e US$ 440,00 a US$ 450,00 no Vietnã (em queda). A cotação é para arroz com 4% de quebrados nos EUA, 5% de quebrados no Mercosul e na Ásia. O que estamos vendo, depois da normalização da oferta asiática, é um movimento das cotações voltando aos seus patamares históricos.

Não é por acaso que alguns clientes tradicionais e importantes do arroz gaúcho migraram para o fornecimento asiático, apesar do frete mais alto, caso de Cuba que tem concentrado as compras no Vietnã. Portanto, apesar do recorde de embarques em junho – ainda refletindo as vendas de março, abril e maio, e de cerca de 800 mil toneladas exportadas em quatro meses do ano comercial, o Brasil poderia ter um resultado ainda melhor nas vendas globais.

Diante deste cenário, o país está fora do mercado internacional de arroz em casca, com as operações resumidas ao carregamento, até o início de agosto, das vendas anteriores. Em junho, raros foram os pedidos de outros países, e julho segue num ritmo ainda inferior a junho.

“Preços internos altos e as cotações internacionais mais baixas, o câmbio mais ajustado e a projeção de uma safra 19% maior nos Estados Unidos explicam essa retração das novas vendas brasileiras e a perda de competitividade no comércio exterior do arroz. Começou pelo grão em casca e, agora, tivemos 10 a 15 dias praticamente nulos para novas negociações do beneficiado, mesmo para mercados tradicionais. Uma coisa é a trading dividir com o comprador uma diferença de cinco dólares para manter uma relação consolidada, outra bem diferente é cobrir uma diferença de 25 a 30 dólares por tonelada. Entre perder a venda e perder dinheiro, neste caso é certo que se perde a venda”, explica o analista da AgroDados/Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos.

“O grande problema é que lutamos muito para conseguir estes clientes e, ainda que o mercado internacional tenha claro que o Brasil é um exportador de oportunidade, a quebra da confiança leva à busca de outros fornecedores. E, a história nos ensina que recuperar um cliente é muito mais difícil do que abrir um novo mercado. Não é apenas uma relação comercial, é uma relação de confiança”, acrescenta.

Segundo ele, com a atual cotação do dólar, na faixa de R$ 5,20, o Brasil seria competitivo com arroz em casca colocado entre R$ 63,00 e R$ 65,00 no porto, mas a pedida dos produtores está na faixa de R$ 72,00 a R$ 75,00, o que inviabiliza os negócios para esta modalidade. “Já se pagou R$ 70,00 por saca e grandes empresas, que fazem média com um estoque mais antigo, adquirido a preços menores, chegaram a pagar R$ 72,00 por saca, mas com um dólar que compensava mais e sob forte pressão de demanda. Naquele momento este valor se pagava nas operações. Com a menor demanda, os preços internacionais e suas referências futuras em queda e a alta nos preços internos, a história é completamente outra”, diz o analista.

Para Santos, esta situação leva a um paradoxo. “Se por um lado os preços internos estão visivelmente inflados por uma conjuntura local, como convencer um produtor a ajudar a manter o fluxo de exportações vendendo a R$ 65,00 quando tem quem lhe pague R$ 70,00 ou mais? E, ao mesmo tempo, esse arrozeiro sabe que as tradings mantinham um patamar de preço para compra que era a cotação interna mais R$ 1,00 a R$ 2,00 para a matéria-prima, nos últimos 10 anos, mesmo quando o agricultor operava negócios abaixo do custo de produção e elas tinham uma margem que permitiria pagar um pouco mais? É justo cobrar, na primeira vez que está ganhando dinheiro, que o rizicultor abra mão de parte de seu lucro pela estabilidade do mercado?”, questiona.

“O próprio agricultor argumenta que quando mais precisou de preços, os outros elos da cadeia ofereceram financiamento a juros superiores. Essa é uma relação complexa. Num mundo perfeito, seria uma alternativa, mas na prática não é algo com que se possa contar”, resume Santos.

 QUAL É O TETO?

As vendas praticamente estagnaram desde o final da semana anterior, quando novamente as cotações dispararam. “Tem produtor dizendo que algumas indústrias já garantiram R$ 70,00 livre por saca na Zona Sul. E temos pedidas de R$ 70,00 na Fronteira Oeste, o que jogaria os preços dessa matéria-prima no porto de Rio Grande a R$ 75,00 e R$ 76,00, contando o frete. Neste valor, as grandes indústrias ainda poderão se manter exportando pela média de preços do estoque que formaram nos primeiros meses do ano, para manter clientes e com ganhos muito ajustados ou quase nulos”, explica o analista. 

Enquanto isso, o indicador Esalq/Senar-RS apontou o recorde nominal de R$ 65,77 por saca de arroz em casca, à vista, nesta quinta-feira, dia 27 de julho, ou US$ 12,63.

Na opinião de Santos, diante desse panorama, teremos um segundo semestre de embarques de quebrados, que ainda estão abaixo do potencial, e de alguma coisa de beneficiado, sob condições muito especiais. O arroz em casca, nesta situação, está se tornando inviável a ponto de termos o equivalente a três navios comprados esperando destino no porto, ou seja, algumas empresas compraram grão em casca acreditando numa onda mais longa de demanda e preços convidativos, e agora têm dificuldades para vender”, diz Santos.

Segundo ele, este não é um problema apenas do Brasil. “No Mercosul também há problemas. Temos a informação de que o Paraguai está com o equivalente a dois barcos (50 mil toneladas de arroz em casca) no porto de Nova Palmira, no Uruguai, esperando destino. É grão que deveria ter descido pelo Rio Paraná no final da colheita, mas a seca e a falta de navegabilidade do rio atrapalharam e o país vizinho acabou perdendo o ‘time’ da venda”, resume.

Para Santos, no Mercosul a melhor situação é a do Uruguai, seja pela sua tradição em qualidade e logística, seja pela relação cambial. “Dependendo da fonte, o Uruguai vendeu em quatro meses o equivalente a 50% de sua produção este ano. É um país que consome 55 mil toneladas por ano, mas produz 1,2 milhão de toneladas. Apesar das dificuldades com o alto custo e o comprometimento de receitas com o endividamento dos produtores, tem conseguido um fluxo de escoamento muito bom e se mantém mais competitivo do que o Brasil no atual momento”.

De qualquer maneira, cinco navios de carga parada, a espera de cliente, no Mercosul não é uma notícia alvissareira, mesmo com os bons resultados do primeiro quadrimestre do ano comercial. “É importante frisar que ainda devemos ter um bom volume de embarques em julho, mas refletindo aquela demanda forte de março a maio. Junho e julho foram bem mais fracos de negócios, seja porque o dólar chegou a ficar abaixo de R$ 5,00 depois de bater em R$ 5,80, porque os importadores se abasteceram pelos próximos meses e têm expectativa de comprar mais barato dos Estados Unidos, seja porque os preços internos subiram e os externos caíram”, assegura.

Outro fator que deve reduzir os negócios do Brasil para arroz em casca é que boa parte dos nossos clientes na América do Sul, Central e do Norte, formaram estoques para os próximos meses. “Mercados tradicionais e também os novos foram às compras de março a maio preocupados com dificuldades de abastecimento por causa da indisponibilidade de grão nos Estados Unidos – que é o grande fornecedor da região – e com o aumento da demanda de seus mercados por causa da pandemia do coronavírus. Estes países têm abastecimento garantido até setembro, outubro, quando a safra norte-americana, que é 19% maior, deve suprir boa parte das demandas graças à maior competitividade e o menor custo de frete”, resume.

De acordo com o analista, do ponto de vista do cenário internacional, mantido o panorama atual, o Brasil terá um futuro mais difícil para seguir exportando. “Nadamos de braçada alguns meses, mas o ritmo tende a diminuir pelo menos até uma segunda onda de compras, depois de outubro, que terá os EUA como referência. Não temos mais um dólar a R$ 5,80, nem preços internacionais em alta”.

Acredita que isso só seria mudado por uma quebra muito forte nas safras do hemisfério norte ou a elevação do câmbio a patamares que nos devolva uma condição – ainda que artificial – de competir com o arroz norte-americano. Com preço, a nossa qualidade superior de grão é um diferencial, mas se não tivermos preço, o arroz dos Estados Unidos tem essa qualidade há quase duas décadas e continuará sendo o líder nas Américas, mesmo que eles tenham um aumento de demanda interna como se prevê”, frisa.

“ESTE PATAMAR NÃO VAI PERMANECER PARA SEMPRE”

Se tem algo que a crise de 2008/09 – e depois uma pequena conjuntura em 2011 – nos ensinaram, é que bons preços para o arroz não permanecem para sempre. Em geral, têm vida curta. Há uma década, diante do prognóstico de uma crise mundial de alimentos e a migração de investimentos para commodities, alguns dos principais analistas globais do mercado e arroz e países líderes destes mercados, sinalizaram que por incapacidade produtiva da China e demais países asiáticos, os preços deveriam se manter estáveis – naquele pico de mais de mil dólares por tonelada – por quatro a cinco anos. A “onda” durou poucos meses, e a China e os grandes fornecedores asiáticos aumentaram área, produção e estoques. E os preços entraram em declínio praticamente por uma década.

“A lição que tiramos é de que a boa fase não dura eternamente e precisamos aproveitá-la e, se possível, alonga-la ao máximo”, assegura o analista de AgroDados/Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos. Para ele, o mundo inteiro vai plantar mais arroz na próxima temporada, inclusive o Brasil. “Divulgamos no final de junho um estudo para nossos clientes com uma intenção de área semeada 7,1% maior no Rio Grande do Sul para a próxima temporada, em 1,006 milhão de hectares, mas com produtividade menor, o que levaria o RS a 8 milhões de toneladas produzidas. São números muito compatíveis com a atual conjuntura, mas que podem ser alterados por variáveis climáticas”, revela.

Hoje, um dos problemas para garantir essa projeção de área, apesar da intenção de muitos produtores, é a disponibilidade de água nas barragens e a previsão de tempo mais seco entre a primavera e o verão 2020/21. “Se por um lado isso pode comprometer a capacidade de irrigação, de outra banda é nos anos mais secos que temos as maiores produções”, lembra Santos.

MERCADO INTERNO

Bem, é de conhecimento geral que os preços entraram o ano já mais altos por causa de uma previsão de safra inferior a 7,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, ao redor de 10,5 mil toneladas no Brasil, com um quadro de oferta e demanda muito ajustado. Mesmo com o avanço da colheita para 7,84 milhões de toneladas no RS e aumentos também em Santa Catarina, Mato Grosso e Tocantins, os outros três grandes produtores de arroz, e uma projeção de 11,16 milhões de toneladas no país, a partir do anúncio de surtos da Covid – 19 nos mercados consumidores das Américas e lockdown na Ásia e indisponibilidade de estoques dos Estados Unidos para novas vendas a partir de março, o arroz brasileiro manteve-se em alta pela demanda e o fator cambial.

“O Covid-19, embora seja uma tragédia global, foi o fator diferencial na consolidação de um cenário de forte demanda, diante de décadas de queda no consumo no Brasil. As pessoas anteciparam as compras e, ainda por cima, ampliaram os volumes. Com muita gente se alimentando em casa, o arroz voltou a ser um produto mais consumido, pois no domicílio não se tem a mesma variedade de alimentos que num self-service, por exemplo. E isso também impactou os países das Américas. Com o risco da Ásia sofrer um lockdown, e com os Estados Unidos fora de mercado, o jeito foi buscar arroz no Mercosul, que era quem recém colhia uma boa safra”.

ENXUGAMENTO DE OFERTA E DE ATORES

A realidade é que, diante do cenário de maior consumo interno e maior demanda internacional, no momento os maiores volumes de arroz disponível no mercado interno ou estão nas mãos das grandes indústrias ou dos grandes e mais capitalizados produtores, que têm capacidade de exigir maiores preços e aguardar para ofertar.

“Fica claro que a redução de área plantada, de mais de 1,15 milhão de hectares para 935 mil hectares no Brasil, mais uns 20 mil hectares no Mercosul, favoreceram essa conjuntura. Raros são os pequenos e médios produtores que não precisaram entregar o arroz logo após a colheita para liquidar as CPR´s de custeio ou aproveitaram os preços acreditando que eles estavam alcançando o topo, assim que superaram os seus custos e deram alguma margem de lucro. Hoje, em sua maioria, quem tem produto para ofertar está ditando o preço, o que é uma situação sui generis neste segmento, uma vez que geralmente o agricultor precisa se curvar aos preços determinados, em cascata, pelo consumidor, o varejo, a indústria, a trading”.

Por outro lado, Cleiton Evandro dos Santos, analista da AgroDados/Planeta Arroz, lembra que há duas classes de produtores – os capitalizados e os não capitalizados – e duas classes de indústrias, também.

“Quando as grandes indústrias fazem posição no mercado e bancam preços mais altos, nem sempre isso representa que o varejo está remunerando nestes patamares ou que o consumidor aceita esse preço. A relação é muito mais complexa, pois envolve o interesse das afiliadas internacionais e dos próprios balanços, uma vez que a compra em patamares mais altos valoriza todo o estoque e as grandes empresas trabalham com um giro muito mais longo. A estratégia contábil e a comercial das grandes indústrias é diferente das pequenas. Os resultados dos balanços e das ações nesta temporada demonstram isso claramente. Nunca as grandes empresas tiveram tanto lucro como no trimestre passado, pois o varejo assimilou as altas e elas tiveram mais espaço para realizar lucro”, considera.

Por outro lado, há também a estratégia comercial. Como têm estoques formados desde o início do ano e com as liquidações de CPR´s na colheita, elas conseguem fazer uma média, então comprar a R$ 70,00 livre na Zona Sul ainda que valorize seu estoque e seu valor de mercado na estratégia contábil, na área comercial ainda lhe permite trabalhar – de acordo com os volumes adquiridos – abaixo dos R$ 60,00, mesmo com valores deflacionados.

“A pequena e média indústria que tem giro – e capital – mais curtos, essa precisa pagar o que o produtor pede e quando volta pra manter aquele metro quadrado nas gôndolas das grandes redes varejistas, percebe que seus grandes concorrentes já estão posicionados com preços muito mais competitivos. Se a lei da selva vale na baixa do mercado, ela vale ainda mais na alta”, comenta o analista.

É importante frisar, também, que não é por acaso que a Zona Sul gaúcha tem as cotações mais elevadas. Ali – e proximamente, em Camaquã – estão os dois maiores polos de beneficiamento de arroz do país e também o porto de Rio Grande. “É uma região pressionada pela demanda e boa parte do que foi exportado e consumido nos primeiros quatro meses do ano, saiu dali. Ou seja, a indústria precisa ir cada vez mais longe para buscar matéria-prima e isso eleva os custos e dá ao produtor melhores condições de negociar seus preços. Num município da Campanha, Fronteira Oeste ou Região Central em que havia duas ou três empresas para vender, hoje também estão as tradings, a Zona Sul, o Litoral Norte e até empresas catarinenses e de outros estados”, ilustra Cleiton Evandro dos Santos.

Ele acredita que isso dá ao produtor uma condição diferenciada na hora de negociar, multiplicaram-se os compradores bem acima ao fluxo normal, e estes estão correndo atrás do agricultor, e não ao contrário. “Geralmente o arrozeiro sabe que o preço vai subir quando os corretores começam a entrar em contato. Só que nesta temporada, os contatos e sondagens foram praticamente contínuas e aumentou o número de agentes de negócios com interesse. O leque de opções foi ampliado e o produtor pode se dar ao luxo de até fazer algum leilão em cima do grão que tem. É anormal, pois geralmente ele precisa se submeter ao preço ofertado”.

“NOVOS PATAMARES”

Pesquisa semanal realizada pela Agrodados em seis capitais brasileiras demonstra nova valorização dos preços do arroz ao consumidor. Segundo Cleiton Evandro dos Santos, o consumidor assimilou esse novo patamar.

“As promoções não baixam de R$ 14,00 para o pacote de cinco quilos de arroz, branco, do Tipo 1, em praticamente nenhuma loja. E a média está próxima de R$ 18,00. Há oito meses se comprava a mesma marca a R$ 12,00, R$ 13,00 e nas promoções era comum encontrar o pacote a R$ 9,00. Era um valor irreal, que estava cortando na carne não só dos produtores, mas daquelas empresas menores em cada setor desta cadeia de negócios, ainda que beneficiando muito o consumidor”, emenda o analista.

Ainda de acordo com ele, os próximos meses não indicam um cenário tão favorável para os preços. “Tudo tem um teto. Se não conseguirmos exportar, mesmo que ocorra uma reação nos quebrados que estamos esperando, dificilmente o mercado interno dará suporte a este patamar das cotações”.

E prevê mais problemas pela frente. Uma intenção de plantio muito alta afetará os preços. “Não creio em preços inferiores a R$ 60,00 nos próximos meses, talvez no ano comercial, o que segue sendo um bom referencial frente ao histórico, mas parafraseando o ministro da Economia que previa que o dólar não subiria acima de R$ 5,00, só acontecerá se ocorrer uma tragédia. Por outro lado, neste momento sem que se comprove uma demanda acima do normal, seja para o mercado interno ou externo, exceto pela restrição da oferta, não há indicativos de preços muito acima dos atuais e até pode-se projetar um enfraquecimento. A exceção fica para produto diferenciado e em condições muito especiais como prazo e volume, ou uma condição muito favorável do câmbio ou uma explosão – ainda maior – de casos da pandemia, que faria o consumidor voltar às compras acima da média assimilando nova onda de elevação dos preços”, cita.

Há muitos produtores dizendo que têm oferta a R$ 70,00 e R$ 75,00, mas negócios mesmo, na pedra, não são reportados nestes patamares e os corretores informam um mercado bem trancado.

O analista considera que o maior risco com relação às referências de mercado está para o terço final do ano comercial – entre dezembro e fevereiro – e na próxima temporada. “Se o mundo vai plantar mais, o Mercosul vai plantar mais e o Rio Grande do Sul vai plantar mais. É no desequilíbrio desse ‘a mais’ que mora o perigo, mesmo que a relação de oferta e demanda esteja ajustada no final do ano comercial. O mercado precifica de acordo com o futuro. Uma safra significativamente maior, sem demanda sustentada, vai derrubar os preços”. 

Ele lembra que o mundo está com um recorde de estoques – ainda que 70% na China e na Índia – e a história nos mostra que depois do mercado externo bater em mil dólares por tonelada e os preços chegarem a 17 dólares no mercado brasileiro, nossas entidades precisaram ir ao governo implorar por mecanismos de comercialização e preços mínimos.

“Este é o cenário que não queremos que volte e voltará se produzirmos muito mais do que a nossa capacidade de consumir e exportar e ainda importarmos mais perto de um milhão de toneladas do Mercosul. Então, o alerta está dado. O agricultor não deve se jogar a aumentar a área descomedidamente, pois se o fizer o efeito rebote virá”, observa.

Para Santos, quem puder, deve manter os investimento em diversificação, soja irrigada, pecuária, “pois ao contrário do arroz, nunca faltou liquidez para a soja no mundo e o ciclo da pecuária nos mostra mais dois ou três anos de forte demanda, a ponto do Uruguai cogitar nos comprar gado em pé. Um portfólio de produtos e estratégia de comercialização diversificada são determinantes para gerar a renda necessária”, observa. 

Fonte:  ANÁLISE DE MERCADO – por Patrícia Loss – Jornal do Povo.

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