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Maio poderá ser um divisor de águas nas cotações do arroz

por | maio 5, 2020 | Destaque, Notícias | 0 Comentários

Mesmo com primeira queda desde 20 de março, indicador do arroz encerra abril com valorização de 10,2% em reais e 5,1% em dólares. Disputa da matéria-prima mantém alta

Se nem nos seus melhores sonhos os arrozeiros imaginariam preços em reais tão bons em pleno encerramento de colheita no Rio Grande do Sul, é no mês de maio que incide a expectativa sobre o comportamento do grão no restante do ano. Maio poderá ser o divisor de águas nas cotações por causa do comportamento do varejo e do mercado externo, que irão refletir no restante da cadeia produtiva.

Em abril, segundo o indicador de preços da saca de 50 quilos do arroz em casca no RS, o produto terminou cotado a R$ 57,22, o equivalente a US$ 10,50 pelo câmbio do dia. Apesar de acumular uma valorização de 10,21% em reais e R$ 5,1% na moeda estadunidense, num mês de abril quente para a comercialização, na véspera do feriado de 1º de maio, Dia do Trabalho, o referencial deixou uma ressalva à cadeia produtiva, ao recuar 0,17% – ou 10 centavos de real – ante os preços do dia anterior.

Esse comportamento, segundo fontes consultadas, está mais relacionada ao feriadão e a saída de alguns agentes do mercado na tarde de quinta-feira – 30 de abril – do que por outros fatores. Ainda que sirva de alerta, pois algumas empresas tenham citado maiores dificuldades para repassar preços ao varejo e queda no volume e no número de pedidos, o que é considerado normal após a antecipação das compras pela situação de pânico.

O consumidor se deu conta de que a cadeia produtiva assegurou o abastecimento das gôndolas mesmo sob pressão. Ao mesmo tempo, com o comércio reabrindo em boa parte das cidades, apesar do risco à saúde pública manter-se na zona vermelha, há um relaxamento do isolamento social. 

DISPUTA

Com a forte demanda de março/abril no mercado interno e o dólar valorizado, e os preços do arroz brasileiro muito competitivos mesmo frente aos parceiros do Mercosul, acentuou-se nas últimas semanas a disputa pela matéria-prima, com corretores indicando até negociações a R$ 67,00 pelo grão colocado no Porto de Rio Grande. Ressalte-se que para completar carga em navio. A indústria tem procurado manter as cotações em R$ 58,00 a R$ 59,00 na Zona Sul, enquanto a Região Central, a Campanha e a Fronteira Oeste trabalham com referências de R$ 52,00 a R$ 53,00 para o grão com padrão de 58×10. Variedades nobres e acima de 62% de inteiros têm melhores cotações, como é de praxe.

COLHEITA

A colheita gaúcha alcançou cerca de 95% na semana que passou, graças ao tempo firme, ratificando a previsão de altas produtividades e uma expectativa de alcançar volume próximo de 8 milhões de toneladas, conforme relatórios do Irga e da Emater/RS. A média, até agora, segundo o Irga, é de 8,4 mil quilos por hectare, mas os 5,5% de lavouras a serem colhidas são aquelas plantadas mais tarde e que tendem a apresentar menor rendimento por área e também maior percentual de grãos quebrados. A previsão é de uma colheita entre 7,8 e 8,1 milhões de toneladas.

Preocupa, tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina, a seca que entra no sétimo mês, depois de dois invernos – em 2018 e 2019 – em que houve estiagens pontuais reduzindo a disponibilidade de água nos açudes e mananciais. A falta de chuvas, além de comprometer o comportamento das pastagens e cultivos de inverno integrados à orizicultura, também impede a recomposição das reservas de água para irrigação no próximo ciclo produtivo.

EUA

Nos Estados Unidos os temporais nas zonas de produção que eram registrados em março e abril, deixaram de incidir sobre as regiões que graças à tecnologia e a boa disponibilidade de água avançaram significativamente na semeadura. O mercado de etanol de milho em baixa, a valorização do arroz no cenário internacional e também na América do Norte depois de uma quebra de safra de 15% no ano passado, são fatores que devem elevar em 12% a área e 18% a produção estadunidense.

Todas as disponibilidades da cadeia produtiva dos Estados Unidos foram negociadas e ainda estamos a cinco meses e meio da próxima colheita naquele país. Isso tem favorecido o Brasil – juntamente com o câmbio e a retirada de taxas de importação do grão por países das Américas – no mercado internacional.

Desta forma, ainda que com poucos contratos, pela inexistência de produto a negociar, o quintal curto (cwt = 45,36kg) foi cotado a US$ 14,81 para 20 de julho na Bolsa de Chicago, ou R$ 81,31 se convertido para a moeda brasileira pelo câmbio da última quinta-feira (US$ 1,00 = R$ 5,49). Convertido para a saca de 50 quilos, chegaria a US$ 16,24 ou R$ 89,15. São valores utilizados para travar preços, mas que não servem como referência uma vez que o Brasil terminou de colher uma safra que ratifica sua autossuficiência enquanto a nação nortista recém semeia suas áreas e trabalha com o quadro de oferta e demanda mais apertado da década, após duas quebras de safra em três anos.

INTERNACIONAL

Os grandes exportadores mundiais, aos poucos, começam a retomar as atividades de venda e de embarques de arroz no comércio internacional. O Vietnã deve confirmar essa semana a liberação das exportações. Em abril embarcou 500 mil toneladas, após muitas gestões das empresas com o governo. O limite inicial eram 300 mil toneladas, mas este volume não atendia sequer o embarque dos pedidos em carteira. O governo vietnamita subiu a cota para 400 mil toneladas e, depois, para 500 mil.

A Índia voltou a fechar contratos de exportação, ainda que tenha problemas na cadeia logística e de transporte por conta do lockdown inerente à crise mundial de saúde. Com problemas de mão de obra para atender a demanda, e com baixa competitividade, depois de ter sua moeda entre as que mais valorizaram frente ao dólar até março, a Tailândia forçou uma desvalorização do Bath, ajustou as cotações para concorrer com seus vizinhos asiáticos e aproveitou a alta de preços mundiais por causa do aumento da demanda por causa das quarentenas provocadas pelo Covid-19, e conseguiu avançar em alguns contratos com a África, Ásia e Europa. 

Os estoques mundiais são recorde, com 181,3 milhões de toneladas em base beneficiado (272 milhões de toneladas de arroz em casca, aproximadamente).

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, cota a saca de 50 quilos de arroz em casca – 58×10 – a R$ 57,30 no Rio Grande do Sul, enquanto o pacote de 60 quilos do arroz beneficiado alcança referência de R$ 135,00, sem ICMS (FOB). O canjicão segue valorizado e subiu 2,2% na semana para R$ 92,00 com a disputa entre as indústrias e a exportação. O aumento da produção de cestas básicas dos tipos 2, 3 e 4 vem gerando maior demanda de quebrados. A quirera chegou à média histórica nominal de preços de R$ 72,00, enquanto o farelo de arroz manteve-se estável em R$ 590,00 esta semana. A crise de saúde pública no Vale do Taquari, que atinge o mercado de aves e suínos, faz com que esse mercado não acompanhe os demais segmentos arrozeiros.

MAIO

A expectativa para maio é de mais um mês de mercado externo aquecido. No mercado doméstico as atenções são voltadas para os preços no varejo. São as cotações nas gôndolas e a velocidade e os volumes negociados que irão determinar o teto de preços também ao longo da cadeia produtiva. Há espaço para os preços evoluírem se mantida a disputa por matéria-prima entre indústria e tradings e o consumo pelo menos no patamar médio anterior à pandemia. De outra banda, com muitos consumidores estocados e a boa disponibilidade nos supermercados que anteciparam as compras, até o governo federal já estima que a partir de meados de maio o consumo tenderá a diminuir. Este será um mês marcante, e como dissemos no início, pode ser um divisor de águas para as cotações do grão no país. A definição virá das gôndolas e do movimento no Porto de Rio Grande. Sem novas surpresas, ainda mantém-se o quadro de que o primeiro semestre pode registrar o teto de preços no ano.

Fonte: ANÁLISE DE MERCADO – por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz.

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