A maior oferta e a demanda retraída para o arroz neste ano têm elevado o excedente disponível, pressionando as cotações. Negociar com o mercado externo pode ser uma alternativa às quedas domésticas; no entanto, os preços no Brasil ainda estão ligeiramente acima dos registrados nos EUA e na Argentina, por exemplo. Por outro lado, os valores estão abaixo da paridade de importação, tomando como referência o produto que chegou no Brasil em abr/21. Porém, a menor taxa de câmbio das últimas semanas tem pressionado a paridade de importação, elevando o custo do produto brasileiro nas exportações.

A média do Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz 58% de inteiros e pagamento à vista, nesta parcial de maio/21 (até o dia 21), está em R$ 84,46/sc de 50 kg, 2,95% inferior à de abril/21. Em dólar, o Indicador registra média de US$ 15,94 /sc de 50 kg, 4,7% superior à do primeiro vencimento (Jul/21) na Bolsa de Chicago (de US$ 15,23/sc de 50 kg) e 6,5% acima da média na Argentina (de US$ 14,97/sc de 50 kg, segundo o Ministério da Agroindústria).

Especificamente entre 14 e 21 de maio, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista), recuou 1,85%, encerrando a R$ 82,07/sc de 50 kg na sexta-feira, 21 – é o menor fechamento desde 20 de agosto de 2020, quando o Indicador encerrou a R$ 82,32/sc, em termos nominais. Regionalmente, os preços recuaram em todas as praças no mesmo período.

As regiões da Planície Costeira Externa e Depressão Central apresentaram recuos de 3,26% e 2,31% nos preços, respectivamente, entre as duas últimas sextas-feiras, quando encerraram a R$ 83,64/sc de 50 kg e R$ 79,79/sc no dia 21. Na Campanha e na Fronteira Oeste, houve queda de 1,94% e 1,8%, na mesma ordem, com fechamento de R$ 81,15/sc e R$ 81,03/sc. Na Zona Sul e na Planície Costeira Interna, as baixas foram menos intensas (-1,54% e -1,17%), com médias de R$ 83,04/sc e R$ 84,69/sc na última sexta.

Considerando-se o arroz de outros rendimentos, o produto de 50% a 57% de grãos inteiros no Rio Grande do Sul se desvalorizou 2,5% entre 14 e 21 de maio, encerrando a R$ 80,72/sc de 50 kg no dia 21. Para o de 59% a 62%, houve baixa de 1,84%, com média de R$ 82,59/sc. A cotação média dos grãos de 63% a 65% de inteiros caiu 1,62% no mesmo período, a R$ 83,84/sc dia 21.

BENEFICIAMENTO NO RS – Dados do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) apontam que, até abr/21, o beneficiamento e as saídas de arroz do RS estiveram 17,4% inferiores ao registrado nos quatro primeiros meses de 2020. As vendas de abr/21 avançaram 41,4% em relação a mar/21 e ficaram em linha com as de abr/20 – este foi um dos melhores meses de abril dos últimos anos relacionado às vendas.

CAMPO – No Rio Grande do Sul, a colheita da temporada 2020/21 foi encerrada na semana passada, de acordo com dados da Emater/RS divulgados no dia 20 de maio. De modo geral, orizicultores estão satisfeitos com a produtividade das lavouras. Quanto aos demais estados produtores, dados da Conab apontam que, até 15 de maio, a colheita havia alcançado 97% da área total no Tocantins, 94,4% em Mato Grosso e 50% no Maranhão.

Nos Estados Unidos, segundo o boletim do USDA divulgado no último dia 17, 87% da área total destinada ao arroz já havia sido implantada, avanços de 13 pontos percentuais em relação à semana anterior, 8 p.p. frente ao registrado no mesmo período do ano passado, mas recuo de 6 p.p na comparação com a média dos últimos cinco anos-safra. Do total semeado, 63% das lavouras já emergiram. Fonte: CEPEA/ESALQ.