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Notícias

Exportação fortalece preços do arroz em plena safra

por | mar 15, 2021 | Destaque, Notícias | 0 Comentários

Conjuntura perfeita favoreceu negócios internacionais e aumentou em até R$ 4,00 por saca em algumas regiões esta semana

Se o Brasil não vive mais a “tempestade perfeita” para elevação dos preços do arroz – sem a mesma demanda de consumo, por exemplo -, pelo menos na semana que passou o Rio Grande do Sul experimentou uma condição de “ventos” muito favoráveis. Enquanto produtores, indústrias, varejo e consumidores estabeleceram uma queda-de-braço em defesa de seus interesses, a boa notícia veio do mercado externo.

A TRC, norte-americana, venceu a concorrência de compra de 65 mil toneladas de arroz em casca pela Costa Rica, As três remessas partirão do Brasil em abril, maio e junho, que representarão 50% da demanda anual do país centro-americano. A movimentação de compra esta semana, elevou as referências no mercado livre gaúcho de R$ 84,00 a R$ 85,00 para até R$ 88,00 (posto no Porto de Rio Grande). Descontando R$ 5,00 do frete, restam R$ 82,00 a R$ 83,00 para o agricultor, valor considerado abaixo da pedida geral, mas bem acima do custo de produção e, portanto, remunerador.

Boa parte das negociações de matéria-prima com a trading foram feitas por grandes produtores, que já estão com a colheita mais avançada, e entraram no negócio pelo entendimento de que o Rio Grande do Sul necessita escoar para o exterior entre 10% e 15% de sua safra para manter equilíbrio nas cotações internas. E, convenhamos, vender a este preço para quem tem volume, alta tecnologia e um custo médio inferior a R$ 50,00 é um baita negócio. Vale lembrar que há um ano o arroz valia entre R$ 45,00 e R$ 50,00. E dava lucro pra boa parte destes produtores e grupos mais ativos nas exportações.

De qualquer maneira, outras tradings que estavam no mercado e indústrias, em especial as de fora do Rio Grande do Sul, precisaram passar a competir de forma mais efetiva pelos lotes. E pagar os mesmos R$ 87,00 a R$ 88,00 para adquirir produto esta semana. A disputa manteve o mercado aquecido para quem já colheu, o que reverteu uma tendência de queda nas cotações que vinha sendo mantida desde o início do mês. Nem mesmo a notícia de ótimas colheitas na faixa inicial das lavouras gaúchas mexeu com o mercado.

Os indicadores de consumo continuam baixos, mas a expectativa de auxílio emergencial no aquecimento da safra, que pega impulso dia a dia e já passa de 20% no RS, e de novas exportações, ajudam a estabilizar as cotações internas até agora.

INDICADOR

O indicador de preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul Esalq/Senar-RS, informa que apesar da “queda de braço” entre os agentes compradores e vendedores, seja pelo arroz em casca ou beneficiado, o índice (base 58% grãos inteiros, com pagamento à vista) registrou estabilidade na sexta-feira (+0,02%), frente ao fechamento de quinta-feira. Encerrou a R$ 85,67/sc de 50 kg nesta sexta-feira, 12. Parcela dos colaboradores do Cepea reportou melhora nas vendas do arroz beneficiado para os grandes centros consumidores.

PREÇO AO CONSUMIDOR

O preço ao consumidor no Brasil registrou queda de quase 2% em fevereiro, segundo o IBGE. Mas, nas sete capitais pesquisadas por Planeta Arroz, nos últimos 15 dias houve pequeno aumento tanto nas mínimas quanto nas médias. O preço médio do pacote de 5kg, do arroz branco, Tipo 1, fica entre R$ 26,00 e R$ 26,55 nestas capitais. As mínimas entre R$ 17,99 e R$ 18,60. O varejo segue apontando baixa demanda, e esperando a colheita evoluir, contando com retração nas cotações, para avançar nas aquisições. E contando com promoções, sell out e queima de preços pelas indústrias. Com algumas está, milagrosamente, dando certo.

Há preços de R$ 95,00 – quase preço do casca em algumas regiões – até R$ 104,00 ou R$ 105,00 por fardo colocado em São Paulo e no Rio de Janeiro de algumas marcas, muito fora do padrão médio esperado. Ainda assim, a semana foi das indústrias mais tradicionais tentando forçar alta de R$ 3,00 a R$ 5,00 por fardo nas grandes redes varejistas.

O consumidor, por sua vez, espera a definição do auxílio emergencial, que seria decidido em março, mas já passou a prever pagamento somente em abril. E que seria de R$ 300,00 e nos últimos dias baixou para R$ 250,00 para quem tem dependentes e R$ 175,00 para solteiros ou sem filhos. Nestes patamares, o auxílio se resumirá à compra de gás, pagamento de água ou energia elétrica, e compra de alimentos. Fonte: ANÁLISE DE MERCADO DE ARROZ – por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados/Planeta Arroz.

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