Demanda faz dispararem os preços do arroz gaúcho
Os preços no mercado de arroz sobem com força em julho, graças à pressão de demanda gerada pelo bom desempenho das exportações nos sete primeiros meses do ano e, também, à reação da indústria que passou a disputar a matéria-prima. Associam-se os produtores, que recuaram na oferta. As cotações passaram rapidamente da faixa de R$ 86/87 para até R$ 95,00 para o “arroz exportação” colocado no Porto de Rio Grande, forçando a indústria da Zona Sul a acompanhar tais valores, elevando também os preços nas demais regiões. O “arroz exportação” tem, em média, 55/57% de inteiros e puxa a alta. São parte importante desta conjuntura outros dois fatores diretos: a safra menor no país, que será novamente inferior a 10 milhões de toneladas (no Rio Grande do Sul foram 7,2 milhões de toneladas) e o mercado ainda se ressente do recorde de exportações em 2022, com 2,11 milhões de toneladas.
No primeiro semestre de 2023, o Brasil exportou 20% mais arroz do que em igual período do ano passado, totalizando 852,3 mil t. A receita das vendas externas de janeiro a junho de 2023 foi de US$ 290,7 milhões, ante US$ 199,3 milhões de igual período do ano passado. O resultado do primeiro semestre de 2023 representa um aumento de 45% no faturamento na mesma comparação. Ainda segundo a Abiarroz, os envios de arroz beneficiado, de maior valor agregado, somaram 99 mil t nos primeiros seis meses deste ano, com receita de R$ 44,3 milhões. As compras externas de arroz (base casca) no primeiro semestre de 2023 foram de 732,9 mil t, o equivalente a US$ 242,4 milhões.
Diante deste novo panorama de preços, o produtor, como de hábito, não faz questão em vender, pois ainda não tem grandes compromissos com custos. A oferta do grão tende a aumentar a partir de agosto quando começam a chegar as despesas de pré-plantio e semeadura. A indústria acompanha os preços do porto, mas não está conseguindo remunerar o fardo beneficiado em valores que compensem a compra da matéria-prima e mantenha suas margens de lucro. Isso já fez algumas grandes empresas buscarem arroz de subsidiárias no Mercosul, em especial no Uruguai, e recuar das compras nacionais. A elevação dos preços no Brasil também fez com que uma trading fechasse duas operações no Uruguai, para a exportação de dois navios com 30 mil toneladas (somando 60 mil t) para a Costa Rica e México. O grão seria originado no Brasil, mas o Uruguai, que tem preço fixo ao produtor em torno de 12,50 dólares por saca apresentou condição mais vantajosa que o Brasil. Neste caso, a cadeia produtiva concorda que se não sai do Brasil, importante é que saia do Mercosul.
O atraso e os problemas de logística da safra de arroz nos Estados Unidos, ao que parece, prorrogaram um pouco mais a janela de exportação brasileira, com tratativas para compras a entregar até o início de outubro. Depois, a situação deve ficar mais complicada para as exportações do arroz gaúcho. Os EUA deverão colher uma safra cheia de arroz. A área semeada com variedades de arroz longo-fino cresceu 10%, para 805,7 mil hectares e esta produção deve ficar bem acima dos 7 milhões de t. Com a elevação das cotações e um dólar oscilando entre R$ 4,70 e R$ 4,75, o Brasil vem perdendo sua condição competitiva. E deverá ter poucas oportunidades, sob este cenário, a partir de outubro.
A guerra na Ucrânia e o desempenho abaixo do esperado na safra de grãos no hemisfério norte, renovam as esperanças de recuperação das cotações do arroz, milho, trigo e soja, também no Brasil, trazendo algum fôlego para o agricultor. Por outro lado, preocupa a curva de elevação dos fertilizantes e defensivos, iniciada no mês passado, o que é natural com a aproximação da semeadura. De qualquer sorte, o cenário futuro é de preços firmes diante da conjuntura que se apresenta nos mercados doméstico e internacional e da redução contínua das disponibilidades neste segundo semestre.
O varejo vem aceitando melhor a elevação das tabelas de preços da indústria, mas ainda não no patamar necessário para que a maioria das beneficiadoras equilibrem a relação de troca e retomem suas margens. Até agora, comprou a matéria-prima sempre acima do patamar que conseguiu remunerar junto ao varejo. No momento, os fatores de alta se sobrepõem às variáveis de baixa, e desta maneira o viés de alta aos preços do arroz em casca deve manter-se ainda por algum tempo antes de encontrar seu teto. A Conab já antecipou que espera um aumento da área cultivada com arroz no Brasil pela recuperação dos mananciais e também os melhores preços que devem ser registrados neste segundo semestre. Uma ligeira redução nos custos de produção, apontado nos estudos da Farsul, reforçam esta tendência.
A Conab ainda entende que a recuperação da rentabilidade dos produtores de arroz, em contrapartida a expectativa de queda da rentabilidade das culturas que concorrem por área no Brasil, deverá estancar a tendência de forte retração de área da orizicultura para a próxima safra. Fonte: por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz.
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