As exportações de arroz poderão atingir um recorde no ano-safra 2019/2020, superando 2 milhões de toneladas (base casca) e ultrapassando o recorde anterior, registrado em 2010/2011, quando o Brasil exportou 2,09 milhões de toneladas (base casca). As exportações brasileiras de arroz seguiram fortes em agosto, mas ficaram abaixo dos volumes embarcados em maio, junho e julho deste ano, em função da forte alta dos preços internos do produto em casca, que provocou uma perda de competitividade das cotações do cereal brasileiro, quando convertidas em dólares. De qualquer forma, o volume exportado em agosto deste ano ficou bem acima do registrado no mesmo mês do ano passado. Em agosto de 2020, o sexto mês do ano-safra 2019/2020, que iniciou em 1º de março de 2020 e se encerra em 28 de fevereiro de 2021, as exportações brasileiras de arroz atingiram 212.623 toneladas base casca, 93% acima do volume embarcado no mesmo mês do ano anterior (agosto/2019).

Em relação ao mês de julho/2020, as exportações recuaram 29%. Vale lembrar que, em junho/2020, o País cravou um recorde histórico mensal de exportações, de 316.325 toneladas (base casca). A pandemia da Covid-19 elevou a demanda interna de arroz e, também, as cotações internacionais do produto beneficiado. Com a alta de 29,6% do dólar ante o Real, entre janeiro e agosto de 2020, o preço do arroz em casca iniciou uma forte escalada entre os meses de julho e agosto, até atingir o recorde real de R$ 102,64 por saco de 50 Kg FOB produtor do Rio Grande do Sul nesta primeira semana de setembro, acumulando uma alta nominal de expressivos 126,3% nos últimos 12 meses. O elevado patamar do dólar também segue inibindo as importações de arroz.

No acumulado do ano-safra 2019/2020 (março a agosto de 2020), as importações brasileiras de arroz atingiram 447.257 toneladas (base casca), 17% abaixo do mesmo período do ano-safra anterior. Neste primeiro semestre do ano-safra 2019/2020, a balança comercial do arroz é superavitária em 862,5 mil toneladas (base casca). Considerando o ano civil, entre janeiro e agosto de 2020, o Brasil já exportou 1,464 milhão de toneladas (base casca), 64% acima do mesmo período de 2019 e importou apenas 588,3 mil toneladas (base casca). A tendência é de recuo dos volumes embarcados ao exterior nos próximos meses, caso os preços internos sigam sustentados nos patamares recordes atuais, o que promoverá a natural perda de competitividade das exportações brasileiras, com os compradores do mercado interno pagando valores superiores aos oferecidos pelas tradings para colocar o produto no mercado externo.  Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.