Rumo a um ajuste nos preços mundiais do arroz
O informativo mensal elaborado por Patricio Méndez del Villar, pesquisador do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, www.cirad.fr) da França, confirma que em maio, os preços mundiais do arroz caíram um pouco, mas, na realidade, esse é um ajuste decorrente do retorno da Índia e do Vietnã ao mercado mundial.
Lembremos que ambos suspenderam contratos de exportação para evitar escassez nos seus mercados domésticos e, principalmente, devido a problemas logísticos relacionados às medidas de isolamento sanitário. Com a retomada das exportações, os preços indianos e vietnamitas apontaram aumentos de 3 a 4% em um mês, enquanto os preços tailandeses recuaram 8% após o salto de 15% no mês anterior.
Desde meados de abril, os países importadores mostraram novamente uma preferência pela Índia e pelo Vietnã, deixando a Tailândia de lado devido a preços não competitivos. Em maio, as exportações vietnamitas aumentaram acentuadamente em 83%, enquanto as vendas tailandesas caíram 25%.
No final de maio, o diferencial de preços entre a Tailândia e o Vietnã tendia a diminuir. As exportações indianas também teriam aumentado graças a preços mais competitivos em relação aos principais exportadores. A demanda de importação deve permanecer firme pelos próximos meses.
A FAO elevou suas estimativas de comércio em 2020 para 44,9 Mt, e apesar de um período de forte incerteza, suas previsões indicam um aumento significativo no comércio mundial em 2021 de 6% para 47,6 Mt.
Em maio, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu 1%, para 233,9 pontos (base 100 = janeiro de 2000) contra 236,2 pontos em abril, mas ainda está 20% superior ao do início do ano. No início de junho, o índice IPO permaneceu em torno de 234 pontos.
Produção mundial
Segundo a FAO, a produção mundial em 2019 teria sido de 754 milhões de toneladas (ou 500,6 Mt base beneficiado), 1,1% a menos que em 2018. A produção chinesa caiu 1,3%, enquanto na Índia aumentou 1%, assim como em Bangladesh. No Sudeste Asiático, especialmente na Tailândia, Vietnã e Birmânia, a produção teria caído devido ao clima seco, forçando os produtores a reduzir as áreas de arroz e substituindo-as por culturas mais resistentes à seca.
Na África Subsaariana, apesar das chuvas insuficientes, especialmente na África Ocidental, a produção teria aumentado 3%. Em Madagascar, as chuvas eram irregulares, mas os rendimentos teriam melhorado. No resto do continente africano, a produção permaneceu relativamente estável. No Mercosul, as colheitas já terminaram e a produção de arroz em 2020 teria aumentado graças a melhores rendimentos.
Nos Estados Unidos, as colheitas apresentaram uma queda de 15% em 2019, mas é esperado um aumento em 2020, graças ao aumento das áreas plantadas. Na Ásia, também é esperado um aumento na produção 2020/2021, graças às condições climáticas normais e a preços mais remuneradores, especialmente na China, Paquistão e Tailândia. Na Índia, a produção também deve melhorar.
Comércio mundial
Em 2019, o comércio mundial diminuiu 9% para 44,1 Mt, de 48,5 Mt em 2018. Em 2020, novas projeções indicam um aumento no comércio mundial de 1,8% para 44,9 Mt. Em 2019, os principais importadores asiáticos, exceto as Filipinas, reduziram suas demandas de importação. Por outro lado, as importações africanas aumentaram novamente 3,6%, para 17,4 Mt, contra 16,7 Mt em 2018.
A redução do comércio mundial em 2019 afetou principalmente a Tailândia, onde as exportações caíram 30%. No Mercosul, as exportações estão atrasadas em relação a 2019 ao mesmo período. As primeiras projeções para 2021 indicam um crescimento no comércio mundial de 6% para 47,6 Mt, ou 2,8 Mt a mais que em 2020. Os estoques mundiais de arroz no final de 2019 aumentaram 4,7%, para 184,6 Mt, contra 176,3 Mt em 2018, atingindo seu nível histórico mais alto. Essas reservas representam 37% das necessidades mundiais.
O aumento é devido principalmente à recomposição dos estoques chineses, indianos e da Indonésia. As reservas dos países exportadores também teriam se recuperado para 45 Mt, equivalente a 25% do estoque mundial. Novas projeções para 2020 indicam uma ligeira queda de 0,7% para 183,4 Mt.
Panorama global
Na Índia, os preços do arroz subiram 1,5% em relação a abril. Esse aumento moderado permite que os preços indianos sejam os mais competitivos no mercado mundial, em parte graças à desvalorização da rupia em relação ao dólar. A oferta de arroz para o mercado interno seria suficiente.Portanto, as autoridades indianas indicaram que não haverá restrições à exportação nos próximos meses.
Atualmente, as exportações estão atrasadas em comparação com o mesmo período do ano passado, mas espera-se a retomada das vendas durante o segundo semestre.
Em maio, o arroz indiano quebrado 5% marcou US$ 370/t FOB contra $ 364 em abril. No início de junho, tal preço permanecia estável. O arroz indiano 25%, enquanto isso, subiu ligeiramente para $ 348, contra $ 346 anteriormente, tendendo a cair para $ 240 em meados de junho.
Na Tailândia, os preços de exportação caíram entre 8% e 9% em um mês. Com o retorno da Índia e do Vietnã ao mercado de exportação, a demanda por arroz tailandês tende a cair. Em maio, as exportações teriam atingido cerca de 500.000 t contra 644.000 t em abril. Assim, as vendas externas mostrariam um atraso de 30% em comparação com o ano passado.
Em maio, o arroz 100% B teve uma média de $ 511 contra $ 559 em abril. No início de junho, este registrava $ 500, um ligeiro aumento em relação a meados de maio. O Tai parboilizado também caiu de $ 549 para $ 506. Já o A1 Super quebrado permaneceu relativamente estável em $ 428, contra $ 424 em abril.
No Vietnã, os preços de exportação aumentaram 3% em um mês. O Vietnã marca um retorno notável ao mercado mundial com exportações que teriam aumentado 83% para 930.000 t contra 510.000 t em abril. Esse nível de vendas representa 72% a mais que a média mensal dos últimos 12 meses. Um terço dessas vendas teria sido destinado às Filipinas, depois da China, onde a demanda por arroz vietnamita teria aumentado bastante.
Em maio, o Viet 5% ficou em $ 469 contra $ 456 em abril. O Viet 25% aumentou para $ 441 contra $ 431 anteriormente. No início de junho, os preços estavam firmes.
No Paquistão, os preços do arroz aumentaram ligeiramente em 1%. As vendas paquistanesas estão progredindo e as disponibilidades exportáveis ainda são abundantes. Em maio, o Pak 25% foi negociado a $ 400 contra $ 395 em abril. No início de junho, os preços seguiam estáveis.
Na China, o mercado de exportação não é muito ativo. Por outro lado, as importações progridem significativamente, especialmente vindas do Vietnã. A China teria comprado 155.000 t em maio.
As compras no Camboja também representam um aumento de 15% em 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a China planeja relançar sua produção nacional através da reavaliação do preço ao produtor, pela primeira vez desde 2014.
Nos Estados Unidos, os preços de exportação aumentaram 3%. A demanda dos países da América Central e do Caribe continua alta e as exportações dos EUA cresceram 10% em maio para 330.000 t, contra 300.000 t em abril. As compras do México saltaram para 107.000 t em maio contra 74.000 t em abril. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 aumentou para $ 645/t, ante $ 628 em abril. No início de junho, o preço estava estável.
Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca subiram mais uma vez, em 8,5%, ficando em $ 348/t contra $ 321 em abril. No início de junho, eles recuavam para cerca de $ 300.
No Mercosul, os preços de exportação permanecem estáveis. As vendas externas continuam relativamente fortes, apesar da redução em relação a abril, especialmente no Brasil, onde as exportações mensais teriam atingido 90.000 t (base beneficiado) contra 100.000 t anteriormente.
Os países da América Central procuram se abastecer nos países do Mercosul, graças a preços mais competitivos. O preço indicativo médio do arroz brasileiro subiu $ 206 em abril para $ 215/t. No início de junho, saltou para $ 245 como resultado da valorização do real em relação ao dólar.
Na África Subsaariana, os preços domésticos estão sob pressão devido a dificuldades de abastecimento desde as áreas de produção. Por outro lado, o arroz importado circula melhor e os preços mostram aumentos moderados. No nível continental, as importações de arroz poderiam aumentar significativamente em 2020 de 7,5% para 18,6 Mt contra 17,4 Mt em 2019, ou 40% das importações mundiais. Fonte: | ANÁLISE DO MERCADO MUNDIAL DE ARROZ – por Patrício Méndez del Villar – Cirad
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