Primeira quinzena de junho mostra indicador de preços em queda
Negociações nas duas últimas semanas registraram volume menor e regra de concessões para quem quis vender
Se março, abril e maio foram de euforia na cadeia produtiva com preços do arroz em elevação, a primeira quinzena de junho mostra o setor comedido, esperando um cenário mais claro para os mercados interno e externo. As negociações realizadas nas duas últimas semanas seguiram a regra de concessões nos preços para quem precisou vender ou comprar, mas uma panorama de tradings fora do mercado – já compradas para as cargas de junho – e de indústrias evitando novas compras diante de um varejo que vem testando os preços do arroz beneficiado e postergando novos pedidos.
Três fatores são importantes de serem observados neste momento. O primeiro deles é o comportamento do câmbio, com o dólar oscilando bastante e recuperando-se parcialmente nos últimos dias, cotado a quase R$ 5,15. Ainda que o relatório Focus projete R$ 5,40 para o final do ano, as exportadoras dependem de um travamento de preços em valores compensatórios para voltar às compras de forma mais efetiva. Para isso, o Brasil deve estar competitivo frente aos seus concorrentes. A balançada do dólar nos últimos dias afetou um importante segmento – o de exportação – que ia de vento em popa, mas perdeu força com uma aproximação das referências de países concorrentes, em especial o Uruguai, nos mercados compradores das Américas.
No mercado interno, o movimento preocupante é o dos consumidores que, estocados, têm sido mais resistentes à valorização do arroz beneficiado no varejo. Ainda assim, as ofertas têm sido raras depois da virada do mês na maior parte das grandes redes, que chegaram a retirar o arroz dos tabloides de publicidade, onde tinham presença cativa. Abastecido – e com pedidos para serem entregues até agosto, em alguns casos – o varejo não tem demonstrado interesse em pagar mais pelos fardos.
O terceiro fator a ser analisado, no momento, é a aproximação do início dos vencimentos de custeio bancário, que segundo o setor representa entre 25% e 35% da lavoura financiada, e logo a seguir o pagamento das dívidas roladas e renegociadas. Vale lembrar que há dois anos – em outras circunstâncias com oferta muito superior e estoques privados não mensurados – tivemos uma “safrinha” na época dos vencimentos. O arroz é vendido na baixa, historicamente, e esse “efeito manada” na oferta acaba forçando ainda mais negativamente – e de forma mais célere – a retração nas cotações.
A conjunção destes três fatores tende a determinar as referências de preços até agosto, pelo menos, quando mais três variáveis importantes devem determinar de forma mais direta o futuro das cotações: a estimativa de safra gaúcha – e brasileira – cujos primeiros indicativos são de uma elevação significativa de área, o comportamento do clima – com previsão de manter-se entre neutro e La Niña e por isso dificultar a recomposição das barragens – até a primavera e, por fim, a entrada da safra dos Estados Unidos na concorrência com o produto do Mercosul. Neste caso, um dólar acima de R$ 5,50 faria toda a diferença em nosso favor.
SAFRA
Em que pese o fato de já existir uma previsão – e até números da Conab que estipularam a produção brasileira em 11,13 milhões de toneladas – do volume colhido pelo Rio Grande do Sul, o Irga vem apresentando uma inexplicável dificuldade em divulgar os números oficiais da colheita gaúcha. Nas regiões – e até de forma localizada – já existem divulgações parciais, mas com o desmantelamento do organismo durante os últimos governos a falta de profissionais, em especial no Departamento Comercial, que segue acéfalo na administração de Eduardo Leite, a atualização das estatísticas do instituto estão cada vez mais lentas. Exemplo é o site do Instituto, cujos dados de safra e de mercado não são atualizados há meses.
INDICADOR
O indicador de preços Esalq/Senar – RS alcançou R$ 61,24 nesta segunda-feira, equivalente a US$ 11,89, por causa da valorização do Real frente ao Dólar Americano e alguns movimentos de oferta de produtores e de compra por indústrias – em especial as de médio e pequeno porte. Foi a primeira alta em junho, e a primeira numa segunda-feira e, mais de um mês. As cotações se elevaram mais numa expectativa das tradings voltarem às compras do que, propriamente, por volume de negócios efetivos. O maior movimento de checagem e sondagem de preços junto aos fornecedores, corretoras e agentes de negócios, depois de duas semanas mornas, ajudou a aquecer as expectativas do mercado. Em queda nos primeiros 14 dias de junho, o indicador ainda registra baixa acumulada de -2,03% segundo o Cepea.
MERCADO
A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 62,00 no Rio Grande do Sul para a saca de 50 quilos do arroz em casca (58×10), à vista, enquanto o saco de 60 quilos, branco, tipo 1, é cotado a R$ 147,00. Nos quebrados aponta leve recuperação dos 60 quilos do canjicão para R$ 85,00 – depois de ter caído até R$ 81,00 na semana passada, estabilidade da quirera em R$ 77,00 (60kg) e uma alta significativa no farelo de arroz (10%) de R$ 600,00 para R$ 660,00 por tonelada.
De parte da indústria existe a informação de que a safra 2019/20 gerou 4 pontos a mais de quebrados, em média, o que deveria estar gerando maior oferta no segmento – demandado para mix, exportação e rações. No entanto, os meses de março e abril e maio tiveram grande demanda, uma vez que muitos governos estaduais, municipais, entidades e empresas priorizaram aquisições dos tipos 2, 3 e quatro para o abastecimento de cestas básicas no Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, ampliando a demanda de quebrados. E a exportação também não perdeu o fôlego.
PREÇO AO CONSUMIDOR
No varejo os preços aos consumidores oscilaram na virada do mês, com o surgimento de ofertas até mesmo abaixo de R$ 10,00 para o pacote de cinco quilos de arroz branco, Tipo 1. No entanto, esse movimento não se firmou e, frente aos custos, o varejo voltou a elevar as cotações do pacote. O estabelecimento do volume máximo de compras por consumidor, que havia sumido das lojas de algumas grandes redes, voltou a aparecer com tetos de 15 quilos (ou três pacotes de cinco quilos/pessoa). A média nacional está acima de R$ 16,00, enquanto o pacote de um quilo vai de R$ 3,50 até R$ 6,00 dependendo do posicionamento da marca.
Fonte: ANÁLISE DE MERCADO – por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz.
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