Em maio, os preços mundiais do arroz aumentaram, em média, 2,5% num mercado ativo. A demanda de importação continua forte, principalmente no Sudeste Asiático, Médio Oriente e África Subsaariana. Neste início de junho, os preços estão firmes, mas ainda 4% inferiores em relação a 2021 na mesma época. Diante as tensões e incertezas geopolíticas nos principais mercados de cereais, os importadores de arroz realizam compras de precaução. Os exportadores aumentam os estoques exportáveis antecipando novas demandas, o que contribui a pesar nos preços internacionais, especialmente na Tailândia, Vietnã e Paquistão. Na Índia, onde os preços de exportação continuam estáveis, e até em queda. As autoridades não pretendem restringir as exportações de arroz, ao contrário do trigo e do açúcar.

As disponibilidades exportáveis de arroz ainda são abundantes e as perspectivas para as próximas colheitas são promissoras. No entanto, os traders internacionais começam a tomar algumas precauções, mediante novos contratos para os próximos meses. Uma procura precipitada pelo arroz indiano deve reduzir a demanda de arroz vietnamita e tailandês, que já sofrem da falta de competitividade em relação aos preços indianos, levando a uma contração dos preços asiáticos. Por tanto, todas as atenções estão voltadas para a postura da Índia nas próximas semanas e meses em relação à política de exportação. Os preços internos do arroz na Índia permanecem relativamente baixos, e se o mercado interno permanece bem abastecido a preços acessíveis, é provável que a Índia continue a exportar arroz ao ritmo atual.

Na Índia, os preços do arroz recuaram, em contraste com os seus principais competidores. Os subsídios aos produtores estimulam a produção, que atingirá um nível recorde, e mantêm os preços internos e de exportação relativamente baixos. O aumento dos custos de frete marítimo e o congestionamento nos portos de embarque são os únicos obstáculos às exportações indianas. Contudo, os traders internacionais estão tomando algumas precauções, reservando contratos de arroz mediante cartas de crédito, para evitar rupturas de abastecimento nos próximos meses. Estas medidas resultam sobretudo das incertezas geopolíticas e de fato específicos na oferta de exportação da Índia. Em maio, o arroz indiano 5% teve recuo de 1,2% para US$ 341,00 por tonelada FOB contra US$ 345,00 ,00 por tonelada em abril. Em junho, os preços se mantêm estáveis, após a chegada gradual da segunda colheita.

Na Tailândia, os preços registraram um aumento significativo de 8% em maio. Em contraste, o arroz quebrado aumentou apenas 2%. A demanda de importação dos países do Médio Oriente e África, mais precisamente da África do Sul, foi bastante ativa. A redução dos abastecimentos de arroz casca também está alterando os preços domésticos. Em maio, as exportações aumentaram 7% para 590.000 toneladas contra 550.000 toneladas em abril, um avanço de 60% em relação a 2021 na mesma época. O preço do arroz Thai 100%B atingiu US$ 454,00 por tonelada em maio contra US$ 454,00 por tonelada em abril. O arroz parboilizado avançou para US$ 454,00 por tonelada em maio contra US$ 419,00 por tonelada em abril. Em junho, os preços estão recuando, à medida que a demanda de importação diminui e o dólar se valoriza em relação ao bath.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram em maio, em um mercado bastante ativo graças à forte demanda das Filipinas, seu principal cliente. A demanda da África também é ativa, apesar da concorrência indiana. Em maio, as exportações atingiram 710.000 toneladas contra 570.000 toneladas em abril, mas ainda com um atraso de 2% em relação ao ano passado na mesma época. O Viet 5% foi cotado a US$ 419,00 por tonelada em maio contra US$ 416,00 por tonelada em abril. O Viet 25% permaneceu estável em US$ 399,00 por tonelada. Neste mês de junho, os preços estão firmes e devem se manter estáveis nas próximas semanas. No Paquistão, os preços do arroz subiram em média 5% no mês de maio. A demanda chinesa de arroz quebrado para ração animal permanece forte, sendo negociado acima do preço do Pak 25%. Em maio, Pak 25% subiu para US$ 341,00 por tonelada contra US$ 331,00 por tonelada em abril. Enquanto isso, o arroz quebrado era comercializado a US$ 355,00 por tonelada contra US$ 350,00 por tonelada anteriormente. Neste início de junho, os preços registram alta acentuada.

Nos Estados Unidos, os preços do arroz subiram 2,5% em maio, em um mercado pouco ativo. A oferta exportável será reduzida este ano devido à perspectiva de uma nova queda da produção em 2022. Em dois anos, a produção norte-americana caiu 20% como resultado da redução das áreas plantadas, substituídas por cultivos mais lucrativos. Em maio, as exportações atingiram 165.000 toneladas contra 220.000 toneladas em abril, queda de 13% em relação ao mesmo mês de 2021. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 aumentou para US$ 656,00 por tonelada contra US$ 640,00 por tonelada em abril. Em junho, o preço continua firme, a US$ 675,00 por tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz – CIRAD.