Por qual razão os preços estão caindo nas sextas-feiras?
Nas últimas três sextas-feiras, o mercado de arroz no RS foi marcado pela insegurança e a especulação. E nas duas últimas segundas, também
Que o mercado de arroz se movimenta entre as terças e as quintas-feiras já é uma rotina e do conhecimento de todos os agentes. No entanto, a partir de 16 de março, com o avanço e antecipação do consumo por causa da pandemia do novo coronavírus, e também até o início de maio, por conta da evolução cambial que valorizou o dólar, as sextas-feiras – e até algumas segundas, quando normalmente ocorrem mais sondagens do que negócios – foram de comercialização firme.
As últimas três sextas-feiras, e duas segundas, no entanto, mudaram bastante esse perfil e tornaram-se dias em que o comércio da matéria-prima tornou-se inseguro e muito especulado, refletindo algo que ocorre há muito tempo no mercado internacional – e exportadores e tradings dos Estados Unidos são especialistas nisso.
A partir das quintas-feiras à tarde já se percebe agentes, em especial ligados a tradings, movimentando o mercado em busca de sinalização dos produtores em valores que estão dispostos a negociar na próxima semana. Ou seja, se a cotação está em R$ 67,00 em Pelotas e R$ 70,00 no Porto de Rio Grande, boa parte dos produtores já estabelecem que venderiam a R$ 70,00 – por exemplo – e não a R$ 68,00.
Essa informação começa a correr entre corretores, agentes, industriais, traders e produtores. Logo, o mercado se referencia a R$ 70,00 por saca de arroz acima de 60% de inteiros. Na semana seguinte, a trading sai do mercado, pois não está disposta a cobrir esse valor e obriga o concorrente que já está fazendo posição a recuar ou ter que pagar mais caro. Ao mesmo tempo, o produtor prefere se recolher, na expectativa de que o seu grão seja melhor remunerado na próxima semana. Em lugar do mercado evoluir, entra em stand by, ou até retroage diante da imobilidade. Vale lembrar que há disputa entre tradings e indústrias pelo produto no porto ou nas empresas de beneficiamento e a Zona Sul, polo industrial e onde está o ponto de embarque internacional representa apenas 17% da produção gaúcha, o que acirra a concorrência.
Isso tem levado algumas empresas, e mesmo exportadores a recuarem nas sextas-feiras, refletindo em três semanas seguidas de queda nas cotações, segundo o indicador Esalq-Senar/RS.
“O impacto é grande a ponto de muitas empresas não negociarem na sexta e só retornarem terça ou quarta-feira da semana seguinte, após uma sondagem mais eficiente na segunda-feira e testarem um chão mais firme para pisar”, afirma Cleiton Evandro dos Santos, analista da AgroDados Inteligência em Mercados de Arroz/Planeta Arroz.
Segundo ele, é uma prática bastante usual no mercado internacional em momentos de grande disputa por matéria-prima. Em outros produtos, inclusive.
“É a prática do leilão. Eventualmente. alguém eleva a proposta para o concorrente pagar mais. Isso envolve muitos interesses, como uma estratégia contábil para valorizar os estoques e obter lucro no trimestre, elevar preços para uma subsidiária internacional tornar-se mais competitiva no mercado interno, descapitalizar o concorrente, ou mesmo frear o impulso de compra de quem tem uma estrutura mais enxuta e, em alguns pontos, melhor condição competitiva. Faz parte do jogo do comércio e estamos ficando mais calejados na medida em que o Brasil se posiciona como um player importante e sujeitos aos prós e contras das negociações”, explica. “O certo é que cada um define sua estratégia e esse comportamento tem se repetido nas sextas e, agora, afetou a segunda-feira também, pois provoca uma reação em cadeia”, explica Santos.
INDICADOR
Por exemplo: na sexta-feira, 8 de maio, os preços ainda evoluíram 0,41%, acumulando 3,39% no mês, chegando a R$ 59,16 (US$ 10,29) pelo câmbio do dia, já na segunda-feira seguinte, dia 11 de maio, houve a primeira queda desde a primeira metade de março, para R$ 58,81 (-0,59% no dia), com os preços acumulando 2,78% de valorização no mês (US$ 10,08). A reação continuou até a sexta-feira, dia 15/05, quando nova retração de -0,03% – ou 2 centavos – foi verificada, mesmo com uma grande empresa fazendo posição com a compra de mais de 1 milhão de sacas. Os preços caíram de R$ 60,44 para R$ 60,42, mas no mês a variação ainda era de 5,59%. Em dólar, pela cotação do dia, os valores já equivaliam a US$ 10,36.
No entanto, e mesmo com a grande compra no mercado interno, os preços na segunda-feira, dia 18, aprofundaram a queda (-0,17%) para R$ 60,32, acumulando 5,42% no mês. Como o câmbio no dia foi favorável ao real, houve valorização em dólar para US$ 10,56. A partir da terça-feira, novamente, os preços reagiram com força – já com a notícia de compras em valores mais altos no porto, em torno de R$ 70,00 e R$ 67,00 a R$ 68,00 para o grão superior nas indústrias da Zona Sul. A semana manteve-se em alta forte, até sexta-feira passada, dia 22 de maio.
Finalmente, na última sexta-feira, os preços caíram novamente, desta vez 30 centavos por saca, de R$ 62,79 para R$ 62,49. A variação negativa no dia foi de (-0,48%), mas o mês ainda assegurava alta de 9,21% acumulada. Com o Banco Central agindo forte, o cenário político interno com pequena melhora e boas notícias do exterior, o preço em dólar evoluiu para US$ 11,20.
Nesta segunda-feira, 25 de maio, a queda no indicador se acentuou em reais, para R$ 62,35 (-22%), com muitas indústrias se mantendo fora de mercado buscando limitar a evolução dos preços da matéria-prima. A alegação é a incerteza da manutenção da demanda interna, dificuldades em repassar preços e realizar novas vendas, além da oscilação do câmbio. Pelo dólar do dia, em R$ 5,45, os preços internos equivalem a US$ 11,43, e já começam a se tornar mais atraentes para os vendedores do Paraguai, por exemplo.
R$ 72,00
“No final da última semana tivemos compras de produto no porto por R$ 72,00, mas grão superior, em grande volume, de um único fornecedor e com frete reduzido pela proximidade do ponto de embarque. Foi uma situação muito pontual, mas muitos produtores já quiseram usar como balizador para o seu grão na Zona Sul”, revela Cleiton Evandro dos Santos. Para ele, apesar de ter alcançado 9,73% de valorização até a semana passada, em reais, e voltado para 8,97% no acumulado, o preço médio da saca de arroz de 50 quilos, em casca, deve se fortalecer essa semana, em especial pelas compras para exportação.
COMPENSAÇÃO
“Ainda que as segundas e sextas tenham sido marcadas pelos boatos e pés nos freios por parte dos compradores, com eventuais exceções, as terças, quartas e quintas têm compensado com sobras, ao menos até agora. Temos um bom fôlego para exportar, mas se a queda do dólar ficar abaixo dos R$ 5,00 já teremos uma pressão mais forte da oferta do Mercosul, em especial do Paraguai, no nosso mercado doméstico”, acrescenta o analista. Fonte: Liberato Dios.
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