Mercado do arroz tem estoques praticamente zerados
Após a largada para o início do trabalho das máquinas no campo, marcada pela Abertura Oficial da Colheita do Arroz ocorrida em Capão do Leão (RS) na última semana, o mercado observa acomodação nos preços e estoques baixíssimos, ou, “praticamente zerados”, como definiu Ovidio Ferronato, sócio-fundador da Mercado Corretora, associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). “O governo federal tem no máximo 30 mil toneladas de produto, oriundo de agricultura familiar, enquanto na mão de produtores e indústria deve haver um estoque em torno de 200 a 300 mil toneladas da safra 22/23”, calculou ele.
Com preços atuais de R$ 100,00 a saca no Rio Grande do Sul para safra que está se iniciando e de R$ 110,00 a saca para a safra 22/23, a tendência, segundo Ferronato, é de estabilidade no curto prazo. “Acredito que o valor irá permanecer na casa dos R$ 100,00 pelo fato de que o Porto de Rio Grande está pagando este preço para o arroz novo”, explica.
A saca no Porto apresenta queda de 10% no acumulado do mês. “O que se precisa para ‘segurar’ os preços são exportações, assim, tem-se um indicador de preço, e o mercado interno tem que se adequar com o mercado externo. Foi o que aconteceu no ano passado”, lembrou. Já em Santa Catarina, o arroz pode ser encontrado por R$ 95,00 a saca de 50 quilos.
Até o momento, o Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz, tem 2% da safra colhida. “Nós tivemos muitos problemas de clima e plantio fora de época o que, possivelmente, poderá resultar em alguma quebra de safra e isto também pode influenciar nos preços. Mas as exportações terão o peso maior nesse sentido”, resumiu. O último Levantamento de Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que a produção de arroz no país deve atingir 10,8 milhões de toneladas este ano, volume 7,6% acima da produção da safra anterior.
O corretor aposta que o Brasil terá grandes chances de exportação para mercados como América Central e México, que estariam preferindo, segundo ele, a qualidade de grãos nobres. “Já as importações ocorrem tradicionalmente por parte de indústrias do centro-oeste do Brasil que gosta muito de comprar o arroz do Paraguai e Uruguai pela localização geográfica”, explanou.
Caso as previsões se concretizem, 2024 deverá apresentar um cenário muito parecido com o de 2023. No ano passado, as importações brasileiras de arroz atingiram 1,4 milhão de toneladas, alta de 3,6% em relação ao ano anterior. Enquanto as exportações brasileiras totalizaram 1,73 milhão de toneladas de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). O volume representa queda de 13% frente a 2022. Fonte: BBM.
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