Fortes altas dos preços globais do arroz em 2020
Em março, os preços mundiais do arroz tiveram fortes aumentos diretamente relacionados à pandemia de coronavírus. Os países importadores estão avaliando as reservas existentes e tentando aprovar novos contratos para evitar possíveis tensões nos mercados domésticos. No entanto, a principal causa do movimento de alta dos preços veio do Vietnã, que anunciou no final de março a suspensão temporária das exportações, durante o tempo que for necessário para verificar o status dos suprimentos no mercado interno. Por sua vez, a decisão vietnamita pressiona a Tailândia à medida que os importadores se voltam para ela, fazendo com que os preços tailandeses subissem 10% em apenas algumas horas. Além disso, no início de abril, a Índia anunciou que novos contratos de exportação não seriam autorizados provisoriamente devido a problemas logísticos no transporte de arroz para os portos de embarque. No Paquistão, não há limitações de exportação, mas os exportadores também enfrentam problemas logísticos e os preços estão começando a subir.
Nos Estados Unidos, os preços também tendem a se valorizar. Muitos analistas já estão se referindo à crise de 2008 e ao aumento brutal dos preços mundiais. Embora as condições atuais do mercado sejam bastante diferentes de 2008, a preocupação é forte, já que os países importadores dificilmente poderão esperar vários meses antes de assinar novos contratos. Enquanto isso, a China, importante participante do mercado mundial de arroz, permanece discreta. A China teria a capacidade de enviar um forte sinal aos mercados internacionais, ofertando arroz graças aos seus abundantes estoques, que representam 60% dos estoques mundiais, e, também, correspondem a 70% do seu consumo doméstico anual, contra uma porcentagem média global de 35%. Na Índia, os preços do arroz caíram 2% devido à desvalorização da rupia em relação ao dólar.
As disponibilidades exportáveis da Índia são importantes e as últimas previsões indicam uma produção em 2020 de 117 milhões de toneladas (arroz beneficiado) em comparação com um consumo anual de 100 milhões de toneladas. Além disso, o anúncio da suspensão de novos contratos de exportação se deve exclusivamente a problemas logísticos. Também se comenta que os beneficiadores estão com as atividades reduzidas devido à falta de mão de obra após o confinamento. Existe o risco de que essa situação dure várias semanas, mas o governo central indiano já pediu aos estados produtores que acelerem o transporte de mercadorias o mais rapidamente possível. Em março, o arroz indiano 5% atingiu US$ 358 a tonelada FOB, contra US$ 365 em fevereiro. No início de abril, as cotações estavam suspensas. Na Tailândia, os preços de exportação subiram 10% em março.
Desde o anúncio da suspensão das exportações vietnamitas e dos problemas logísticos na Índia, houve forte pressão sobre os preços tailandeses, que subiram 30% no período de cinco semanas entre o final de fevereiro e o início de abril. Se esse contexto persistisse, seria uma oportunidade para os exportadores tailandeses que esperam vender pelo menos 500.000 toneladas a mais do que a previsão no início do ano e atingir 8 milhões de toneladas em 2020. Em março, o preço médio do arroz tailandês 100% B foi de US$ 477 a tonelada FOB, contra US$ 436 em fevereiro. Em meados de abril, o preço já está em US$ 582 a tonelada FOB. O Thai parboilizado também subiu para US$ 471 a tonelada FOB, contra US$ 433 anteriormente. Em meados de abril, os preços seguem firmes, registrando os níveis mais altos desde setembro de 2012. No Vietnã, os preços de exportação aumentaram 12% em um mês. No final de março, as autoridades vietnamitas anunciaram a suspensão das exportações, enquanto as disponibilidades internas estiverem em avaliação.
Este anúncio preocupa exportadores vietnamitas que temem perder mercados para a Tailândia. No início de abril, o Vietnã anunciou que poderia exportar até 800.000 toneladas entre abril e maio, 40% a menos do que no mesmo período de 2019. Essas vendas externas iriam principalmente para o mercado das Filipinas, seu principal cliente. Em 2020, as exportações vietnamitas podem cair 20% em relação ao ano anterior. Em março, o Viet 5% registrou US$ 409 a tonelada FOB, contra US$ 368 em fevereiro. No início de abril, os preços permanecem firmes. No Paquistão, os preços do arroz aumentaram em média 2%. O país também enfrenta problemas logísticos devido à pandemia de Covid-19, mas as autoridades pediram aos atores econômicos do setor logístico que facilitassem o transporte para os portos de embarque e aproveitassem as dificuldades enfrentadas por outros exportadores asiáticos.
Em março, o Pak 25% foi negociado a US$ 351 a tonelada FOB, contra US$ 346 em fevereiro. No início de abril, os preços estavam firmes, seguindo a tendência geral. Na China, o mercado de exportação não mostra sinais de reativação, apesar das expectativas dos operadores internacionais, dadas as limitações do Vietnã e da Índia. Por enquanto, as autoridades chinesas estão se concentrando no mercado doméstico, alertando os consumidores domésticos para não se apressarem em compras excessivas de produtos básicos para evitar escassez. As reservas de arroz da China são bastante suficientes. Como base de comparação, deve-se lembrar que, em 2008, os estoques chineses atingiram apenas 58,3 milhões de toneladas, contra 105,9 milhões de toneladas no final de 2019, o que representa 60% dos estoques mundiais e 70% do consumo nacional anual, o equivalente a seis meses de consumo contra uma média mundial de três meses.
Nos Estados Unidos, os preços de exportação aumentaram 3%, mas tendem a aumentar significativamente em abril. Em março, as exportações caíram para 260.000 toneladas, contra 300.000 toneladas em fevereiro. As compras do México foram ativas durante o primeiro trimestre do ano, representando 30% das vendas externas, seguidas pelo Haiti (13%) e Japão (9%), respondendo por mais da metade das exportações dos Estados Unidos. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 aumentou para US$ 585 a tonelada FOB, ante US$ 570 a tonelada FOB em fevereiro. Em abril, o preço subiu fortemente para US$ 625 a tonelada FOB, o nível mais alto desde abril de 2013. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca mantiveram-se estáveis em US$ 297 a tonelada até o final de março. Desde então, as incertezas que afetam o mercado mundial pesam nos preços futuros, que tendem a subir em abril, para US$ 320 a tonelada. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz – CIRAD.
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