Os preços médios do arroz no mercado gaúcho aceleraram a recuperação na segunda quinzena de julho e já andam perto dos 6% de alta, segundo o indicador de preços Esalq/Senar-RS, com cotação alcançando R$ 73,37 nesta quinta-feira, dia 22 de julho. No acumulado do mês, são 5,87% de variação positiva contra quase 12% de perdas em junho. Pela cotação do dólar no dia, uma saca equivalia a US$ 14,09.

Apesar dos dados oficiais serem estes – com tendência de chegar aos 6% ainda nesta sexta-feira -, a referência do mercado está bastante concentrada em pequenos volumes de negócios, entre 2 mil e 5 mil sacas. Há informações de liquidações a R$ 80,00 em indústrias da Zona Sul e R$ 76,00, livre, na Fronteira Oeste para grão nobre e R$ 72,00 em matéria-prima para parboilização. Tradings entraram no mercado nos últimos dias cotando arroz a R$ 76,00 no porto e não conseguiram oferta.

A firmeza dos preços está muito associada ao comportamento da oferta. O agricultor segue represando as vendas, depois de ter realizado em bom volume o financiamento da comercialização e ter negociado soja e pecuária, preferencialmente, no primeiro semestre. Os valores nestas áreas são muito bons ao longo do ano. Já os negócios do arroz são moderados e em volumes mais reduzidos entre o produtor, corretores e indústria. Os arrozeiros estão mais preocupados, neste momento, em confiar que os preços continuarão subindo e nos preparos das terras e no manejo das culturas de inverno associadas à sucessão de arroz e soja.

Por outro lado, a indústria tentou repassar nova tabela, com o repique de preços, ao varejo, mas enfrentou forte resistência. É, além dos agentes de exportação que não têm mais cotações para competirem no mercado internacional, o setor mais atingido pelo atual cenário, pressionada entre um varejo que tenta forçar baixas – até pela queda do consumo e gestão de estoques bem mais baixos – e por um estoque caro e matéria-prima também em patamares que não são remunerados.

As indústrias de menor porte, no entanto, foram ao mercado esta semana e aceitaram pagar a pedida de parte dos produtores – entre R$ 74,00 e R$ 76,00 – com algumas grandes liquidando produto que já está na indústria entre R$ 78,00 e R$ 80,00, mas para clientes preferenciais. Alguns grandes grupos produtores resolveram aproveitar o bom momento das cotações e fecharam contratos consideravelmente rentáveis, mas ainda em volumes não tão significativos.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Aos consumidores os preços seguem em queda, embora não tão acentuada como semanas atrás. A média de preços do pacote de cinco quilos do arroz branco, tipo 1, segue próxima dos R$ 24,00 nas praças pesquisadas por AgroDados/Planeta Arroz.

No cenário internacional a grande notícia da semana foi a especulação sobre os Estados Unidos terem fechado a venda de dois navios, totalizando 55 mil toneladas em base casca, para o Iraque. É arroz que deixa de sair do Mercosul, mas considerando que os EUA teriam um estoque de passagem relativamente alto, não é considerada completamente uma má-notícia por traders brasileiros que vêm nesta negociação uma possibilidade de negócios mais fortalecidos na entrada da próxima safra com o exterior. Fonte: ANÁLISE DE MERCADO – por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz.